Hoje uma das minhas mais belas poesias, profunda e suicida, leiam e deixem se envolver com a enigmática Maria Luiza...
Maria Luiza e sua pureza...
Navalhas cortam nossa pele
Um pano sangrado
Sem casa
Sem lar
Maria Luiza,
pulou do edifício mais alto da cidade
Procurando voar
Sem medo do chão
Sem medo da queda
Com a roupa do corpo
Sem para-queda
Não gritou
Não chorou
Não disse o porque
Era fácil pra ela
Embora seja difícil pra você
Era o mais puro dos seres humanos
Seu coração era imenso igual ao Saará
Ou a junção dos oceanos
Dava voltas e voltas em torno do mundo
E ia e voltava, ia e voltava
no fundo do poço mais fundo
Estava anos luz a nossa frente
Era um anjo diferente
Maria Luiza,
tinha pureza nos olhos
E uma voz grave
Mas que pena
Não tinha asas
E muito menos penas
Como as aves
Procurou algo alem
Do que o horizonte
Seu desejo era sua fonte
Afinal, que graça tem
pular de uma ponte?
Bater de cara n'agua
e ser levado pela correnteza
Maria Luiza e sua pureza
O edifício,
não era questão de magoa ou infelicidade
Era um simples prazer
Sei que é difícil compreender
Mas Maria Luiza é Maria Luiza
E Maria Luiza não é você!
É isso, no melhor estilo Renato Russo...
See you
@bobsleno123
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